Um estudo realizado no Instituto Marques de Barcelona, na Espanha, revelou que fetos sofrem interferências externas e são capazes de detectar sons com apenas 4 meses de gestação.
Segundo a Doutora Marisa Lopez-Teijon, quem liderou o estudo, os resultados mostraram que os bebês ainda na barriga da mãe, respondem à música transmitida por via intravaginal, movendo sua boca e língua “como se estivesse tentando falar ou cantar”.
O que acontece é que a música estimula a parte do cérebro envolvida na comunicação e, ao ouvir o som, o feto responde com movimentos semelhantes aos da vocalização, algo que ocorre antes de aprender a falar.
Usando o dispositivo conhecido como Babypod, desenvolvido para o estudo, as mães poderiam estimular a capacidade de comunicação do seu bebê antes dele nascer. Em suma, a ideia sugere que os bebês podem começar a aprender antes mesmo de nascerem.
O experimento foi realizado em mulheres grávidas entre 14ª e 39ª semana de gravidez. Ao londo do estudo, a equipe utilizou um ultrassom para observar a reação dos fetos depois de ouvir uma música.
A música foi emitida de forma intravaginal, através de uma caixinha de som especial inserido na vagina. Os fetos ouviram “Concerto em Lá Menor”, de Johann Sebastian Bach.
O exame de ultrassonagrafia realizado antes de iniciar a música mostrou que cerca de 45% dos fetos fizeram momentos com a cabeça e membros
de forma espontânea, enquanto 30% movimentou a boca ou lingua, e 10% colocou a lingua pra fora.
Depois de expostos ao som emitido através do dispositivo intravaginal, 87% dos fetos reagiram com movimentos da cabeça e dos membros e pararam
de se movimentar quando a música foi interrompida.
Além disso, 50% dos fetos reagiram com um movimento impressionante, abrindo bastante sua mandíbula no ritmo da música e colocando a lingua para fora o máximo possível.
“Estamos cientes da importância de falar com os bebês a partir do momento em que nascem para promover a estimulação neurológica.
Agora, temos a oportunidade incrível de fazer isso muito mais cedo, o que é um grande avanço”, disseram os pesquisadores em um comunicado.
O estudo foi publicado na revista Ultrasound.