Um estudo recente publicado na revista Nature Medicine apresentou uma inovadora terapia genética testada em macacos com vício em álcool.

Essa terapia tem como objetivo estimular a liberação de dopamina no cérebro, visando tratar o vício.

Como resultado, os macacos que receberam esse tratamento reduziram seu consumo de álcool em até 90%.

O álcool atua no cérebro ao desencadear a liberação de dopamina, o neurotransmissor do prazer. Essa substância é responsável por gerar uma sensação de bem-estar, tornando o álcool altamente viciante.

No entanto, o consumo crônico de álcool pode levar a uma diminuição na liberação de dopamina, fazendo com que os indivíduos sintam a necessidade de consumir mais álcool para manter o prazer inicial.

A pesquisa buscou restabelecer a liberação de dopamina no cérebro de macacos viciados em álcool.

Os cientistas introduziram um gene que produz a proteína GDNF em um grupo de neurônios próximo ao tronco cerebral.

Essa região cerebral está envolvida no processamento de recompensas, e estudos anteriores demonstraram que a proteína GDNF pode estimular a produção de dopamina.

Utilizando vírus para transportar o material genético necessário, os pesquisadores observaram que os macacos tratados reduziram significativamente seu consumo de álcool.

Apesar dos resultados promissores, é importante destacar que essa pesquisa ainda está em estágios iniciais.

Ainda não se sabe se os efeitos são duradouros e quais podem ser os efeitos colaterais dessa interferência na via da dopamina.

Os cientistas observaram que os macacos tratados apresentaram alterações em outros comportamentos, como redução do interesse por soluções açucaradas e perda de peso.

Além disso, o uso de terapia genética no cérebro apresenta riscos, como sangramento e infecção, requerendo mais estudos antes que essa técnica possa ser aplicada em seres humanos.