É amplamente reconhecido que as transformações climáticas estão desencadeando novas emergências humanitárias e agravando crises já existentes em países vulneráveis em todo o mundo, enquanto essas mesmas comunidades são frequentemente negligenciadas pelos líderes globais. desastre climático
Esses países enfrentam não apenas desafios climáticos, mas também instabilidade política, conflitos armados e guerras civis, o que torna sua situação ainda mais precária.
A falta de cooperação e a instabilidade política interna dificultam a capacidade das autoridades locais de enfrentar adequadamente os impactos das mudanças climáticas.
Além de contribuírem minimamente para as emissões de gases de efeito estufa, o que mais une os países mencionados na lista a seguir é sua extrema vulnerabilidade aos impactos do aquecimento global.
Todos esses países estão incluídos na lista de monitoramento do International Rescue Committee (IRC) — Comitê Internacional de Resgate — como os mais propensos a enfrentar crises humanitárias.
Para auxiliar esses países, é essencial que os líderes globais coloquem as pessoas no centro de suas estratégias para lidar com as mudanças climáticas. Isso requer investimentos em medidas que fortaleçam a resiliência das comunidades, capacitando-as a enfrentar, adaptar-se e prevenir os impactos climáticos, ao mesmo tempo em que abordam as questões políticas e de segurança que contribuem para sua vulnerabilidade.
Confira os 10 países em sério risco de desastre climático:
1. Somália
As mudanças climáticas tiveram um impacto devastador na Somália, piorando os desafios da seca e da extrema insegurança alimentar.
No entanto, inundações repentinas no ano passado afetaram 460.000 pessoas na Somália, deslocando dezenas de milhares de pessoas.
A instabilidade política do país também dificulda o processo de lidar com sua crise climática e proteger comunidades vulneráveis. desastre climático
2. Síria
Mais de uma década de guerra na Síria tem minado a capacidade do país de responder às crises. O conflito e uma intensa crise econômica colocaram 90% dos sírios abaixo da linha da pobreza.
Secas extremas e o terremoto de fevereiro de 2023 próximo à fronteira sírio-turca, que afetou centenas de milhares de sírios, destacaram os desafios associados à resposta a emergências em um país enfrentando alta fragilidade.
Além disso, há a grande tensão com Israel, que bombardeou um bairro residencial em Damasco em outubro do ano passado.
3. República Democrática do Congo
A República Democrática do Congo está enfrentando conflitos persistentes, desafios econômicos e surtos de doenças. Mais de 100 grupos armados lutam pelo controle no leste do Congo, muitas vezes visando civis.
Grandes surtos de doenças — incluindo sarampo, malária e Ebola — representam uma ameaça constante para um sistema de saúde enfraquecido, colocando muitas vidas em risco.
Esses fatores enfraqueceram a capacidade do país de se preparar para desastres climáticos e interromperam o apoio humanitário enquanto os cidadãos enfrentavam inundações e crescente insegurança alimentar.
A frequência de chuvas torrenciais na República Democrática do Congo tem acelerado nos últimos dez anos. Tanto que em 2023, elas causaram sérias inundações e deslizamentos de terra em South Kivu, destruindo aldeias inteiras, afetando mais de 15.000 pessoas e tragicamente causando mais de 500 mortes.
4. Afeganistão
Desde que o Talibã se tornou a autoridade de facto no Afeganistão em 2021, o país tem experimentado uma crescente fragilidade devido à queda no fluxo de ajuda externa e a um colapso econômico que aprofunda a pobreza.
No final de 2023, o Afeganistão enfrentou sua pior seca em 27 anos, enquanto enchentes intensas em algumas partes do país diminuíram a produção de alimentos e forçaram pessoas a deixarem suas casas.
Além disso, mais de três décadas de conflito no Afeganistão, crise econômica e mudanças climáticas levaram a uma crise profundamente enraizada que deixou 29,2 milhões de pessoas no país necessitando de assistência humanitária.
5. Iêmen
Anos de conflito têm provocado uma crise econômica e altos níveis de fragilidade no Iêmen.
Até o final de 2022, 17 milhões de pessoas no Iêmen necessitavam de assistência alimentar, enquanto 1,3 milhão de mulheres grávidas ou lactantes e 2,2 milhões de crianças precisavam de tratamento para desnutrição.
As mudanças climáticas têm piorado a desertificação e a seca no país.
6. Chade
Chade ocupa o posto de país mais vulnerável às mudanças climáticas no Índice da Iniciativa Global de Adaptação de Notre Dame, que examina a exposição, sensibilidade e capacidade de adaptação de um país aos efeitos negativos das mudanças climáticas.
Inundações no final de 2022 afetaram mais de 1 milhão de pessoas no país, enquanto uma crise econômica levou a uma insegurança alimentar generalizada.
O crescente conflito e tensões relacionadas ao Conselho Militar de Transição do país têm limitado o progresso na construção de resiliência climática.
7. Sudão do Sul
O Sudão do Sul, um país com alta fragilidade e baixa prontidão climática, está cada vez mais vulnerável a desastres climáticos.
Embora a guerra civil que abalou o país oficialmente tenha terminado em 2018, conflitos locais ainda são generalizados. desastre climático
É necessária uma melhor resiliência climática para proteger os cidadãos sul-sudaneses de choques climáticos, como as severas enchentes que afetaram mais de 900.000 pessoas no final de 2022.
8. República Centro-Africana
A competição pelo controle do poder político e dos recursos naturais desestabilizou a República Centro-Africana.
Inundações severas ameaçam a segurança e a saúde dos residentes do país, especialmente aqueles que vivem em campos para pessoas deslocadas internamente, contribuindo para a disseminação de doenças transmitidas pela água, como cólera.
Outras doenças, como malária, meningite e varíola dos macacos, também sobrecarregam o sistema de saúde enfraquecido da República Centro-Africana.
9. Nigéria
As enchentes no final de 2022 afetaram 2,5 milhões de pessoas na Nigéria e causaram extensos danos às terras agrícolas do país, resultando em altos níveis de insegurança alimentar.
Tensões políticas e conflitos generalizados têm contribuído para a fragilidade do país, tornando difícil responder a desastres climáticos.
10. Etiópia
A seca está afetando mais de 24 milhões de etíopes. Numerosos conflitos em toda a região e instabilidade política têm prejudicado o apoio humanitário no país e dificultado às autoridades enfrentar os impactos das mudanças climáticas na Etiópia, exacerbando a situação de vulnerabilidade das comunidades locais.
Esses países juntos emitem apenas 0,28% dos gases que causam o efeito estufa no mundo e representam 5,16% da população mundial.
Como na maioria das crises humanitárias, mulheres e meninas são as mais vulneráveis à mudança climática.
A falta de acesso à água durante as estações de seca obriga mulheres e meninas a viajar mais longe para buscar água e lenha, expondo-as a maiores riscos de exploração sexual e violência de gênero. esase climático
