INSÔÔNIA.com
ACONTECEU COMIGO #44
set
04
2013

Vou relatar uma história da minha infância no longínquo ano de 1999, início do ano, férias de verão. Meu avô tinha uma casa de veraneio, nada muito sofisticado, mas passávamos quase o mês inteiro de férias escolares na praia, o local? Ipanema Beach, não no RJ, lógico que não, a genérica do belo litoral paranaense…

Como viajávamos para Ipanema todo o ano conhecíamos todos os nativos, logicamente que criamos laços de amizade com vários deles, a brincadeira favorita era o esconde-esconde. A nossa segunda opção de divertimento era ir ao Super Mercado local e aproveitar de toda aquela degustação que era oferecida, bons tempos… A nossa incrível “gangue” era composta por 7 muleques entre 11 e 14 anos. Eu que me chamo Fernando, Ricardo meu irmão, Marcos, Andriws, André meu tio, Thiago e um muleque que ninguém sabia o nome e só era conhecido como gordo.

Eu como bom gordinho que era passava horas perto do supermercado, sabe como é gordo só faz gordice… Eis que em um belo dia me deparo com uma casa, com o portão entreaberto, e o que eu descubro? Parte do estoque do mercado exposto, empilhado do lado do portão, achei estranho, pois era do mesmo produto, o finado leite fermentado Parmalat… A notícia se espalhou rapidamente, e logo um de cada vez pegava uma caixinha e saia correndo, uma caixinha e saia correndo… Até que eu perdi a paciência, e fui falar com a dona da casa:

– Moça, essas caixas de leite fermentado pode pegar?

– Pode sim, mas tá fora do prazo de validade.

Nem liguei pra essa merda de prazo de validade, voltei carregado com todas as caixas de leite fermentado possíveis, usei até o carrinho de mão do meu avô, a piazada só faltou me carregar como herói naquele momento… Logicamente que nos entupimos de beber aquela merda de leite fermentado (mais pra frente percebemos que foi um grande erro…). Já estávamos de saco cheio daquela merda, eis que o Thiago teve a brilhante ideia, vamos usar isso como granada. Aquilo foi o estopim de uma guerra que terminou com vários hematomas e com a garagem da casa do Thiago toda zoada fedendo a vômito…

O pai do Thiago percebendo a confusão expulsou todos nós da casa, saímos correndo e levamos a guerra para a rua, para terminar como todo verão caiu uma bela tempestade, logicamente que em Ipanema Beach várias ruas não tem asfaltamento e aquilo começou a encher e várias caixas boiando… Num breve momento de distração veio uma caixa na minha direção e acertou a minha orelha, se fechar os olhos ainda vejo ela zunindo e me atigindo…

De repente, não mais que de repente, minha mãe chegou, e aí a porra ficou literalmente séria, levei um tapa que doeu mais que a caixa de leite fermentado na orelha… Meu irmão e meu tio se justificaram, e trataram de colocar a culpa em mim. Mas a minha vingança foi plena, logo todos nós fomos premiados, com tanto leite fermentado fora da validade o inevitável aconteceu… A caganeira foi sem igual. Passamos o resto do verão se revezando no banheiro. O Thiago, nunca mais foi visto, alguns dizem que se tornou Grão-Mestre da Maçonaria, outros dizem que ele apenas parou de andar com a gente… Até hoje recordamos desse verão, mesmo depois de tanto tempo. Aliás, parabéns ao meu amigo Marcos que assim como eu vai entrar para o clube dos papais.

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