Opa, e aí corujas?
Bom, todo mundo (ou quase) deve ter visto ontem a “despedida” da Fátima Bernardes no Jornal Nacional, da Globo, com direito a homenagens que duraram mais de 15 minutos e muitos elogios, rasgação de seda e etc. Enfim, quem comanda agora o jornal ao lado do “tio” Bonner é a Patrícia Poeta.
O JN é um jornal popular, um dos mais antigos e o mais assistido no Brasil, na maior emissora do Brasil – quem diz isso é o Ibope, OK? – e é normal que seus apresentadores ganhem fama. Por isso uma troca de apresentadores é algo que gera comentários. Normal. Essas trocas já aconteceram também no SPTV, em SP, e no Bom dia Brasil. Mas o que se viu ontem foi mais do que uma troca de apresentadores: foi um grande show, feito não para jornalistas, mas para artistas.
Essa estratégia da Globo – e de outras emissoras, tb – de tratar o jornalista como artista até dá audiência, mas prejudica a qualidade do jornalismo. Por que? Quando um jornalista é elevado à qualidade de “estrela” a notícia que ele trás perde a importância. As pessoas assistem o jornal para ver o jornalista-artista, e não o que ele tem para falar. Daí qualquer coisa que ele disser na TV vira verdade.
Nada contra o JN, contra a Fátima, que é sim uma grande profissional, nem contra a Patrícia Poeta, muito menos contra o Bonner. O que critico é a forma exagerada como a TV e a mídia tratam alguns jornalistas. Se por um lado grandes nomes do jornalismo são simplesmente esquecidos, outros são tratados como celebridade.
Bai @wesleytalaveira
PS: o título eu tirei de um tweet do perfil fake da presidente Dilma postado no twitter ontem.