Opa, e aí, corujas, blz?
Provavelmente todo mundo aí já comeu biscoito de polvilho pelo menos vez na vida, certo? E se você já comeu você sabe de uma coisa: biscoito de polvilho é até bom, mas não mata fome. Até parece saciar no começo, mas alguns minutos depois a fome volta, e ainda mais forte.
Saindo um pouco dos polvilhos, vamos pensar numa outra situação: uma garota até poucos dias totalmente desconhecida da sociedade de repente vira conhecida por ter sido citada num comercial feito pelo pai, onde ele apenas dizia que a filha estava no Canadá. O que começou como um simples meme na internet (uma brincadeira até legal, diga-se de passagem), tomou outras proporções. A menina virou celebridade. Agora cobra caro apenas para aparecer em festas. Vez por outra “ataca” de DJ. Virou tema de concurso público. E o irmão, até então insignificante, agora pega carona no sucesso instantâneo da irmã e já se oferece para trabalhar como “modelo”. Ou seja, o que parecia engraçado acabou transformando mais uma anônima em subcelebridade, fadada a ser esquecida a daqui há alguns meses. Ela não é a primeira. Nem será a última. Alguns dizem que isso é a “força das redes sociais”. Eu prefiro dizer que é outra coisa: nós gostamos de consumir o que é fútil. Mais ainda: gostamos de fabricar futilidades.
Tá, ninguém é superinteligente 24 horas por dia e nem deve ser, senão vira uma pessoa sem graça, exceto se você for Sheldon Cooper… rs Mas certas coisas estão passando dos limites. A mídia supervaloriza coisas bobas. Acompanha a Luiza onde ela vai e a trata como celebridade. Enquanto isso coisas que deveriam ser importantes fica em segundo plano. Preferimos acompanhar a Luiza do que o trabalho do Congresso brasileiro. Preferimos saber o que marmanjos fazem confinados numa casa (ou numa fazenda) do que saber o que está sendo feito com nosso dinheiro na escola, no governo, no Brasil. E não, não sou contra quem vê BBB. O que estou falando aqui é sobre prioridades. Estamos colocando o superficial como principal, e o principal está ficando para trás.
Ou seja, preferimos nos encher de biscoitos de polvilho do que se alimentar de algo que realmente sustente. Preferimos consumir o que é fútil – e mais fácil para entender – do que pensar um pouco mais e produzir opinião sobre coisas sérias. O errado não é comer polvilho. É comer apenas o polvilho. Não é errado brincar um pouco na internet e repetir memes. É errado fazer apenas isso. Não dá pra comer apenas biscoito de polvilho no almoço e dizer que está “saciado”. Também não dá pra se dizer uma pessoa “de opinião própria” consumindo apenas o que a mídia produz. Muitas outras “Luizas” vão surgir. E tomara que surjam, mesmo, assim a internet não fica tão sem graça. Mas você vai viver só disso?
Para onde estamos indo, sociedade? rs
#Bai!
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