Você sabia que o Acre, estado brasileiro localizado na região norte e inserido no bioma Amazônia, é cheio de mistérios?
Um jornalista renomado, Eduardo Affonso, fez uma lista com alguns mistérios sobre o Acre e eu adorei! Segue a lista:
Os mistérios do Acre
#1
Ninguém jamais passou pelo Acre, ou você vai ao Acre ou não vai. O Acre não é passagem, é destino.
#2
O Acre tem suas idiossincrasias (característica comportamental peculiar a um grupo). Uma delas é não aceitar a reforma ortográfica.
Não é o primeiro estado a fazer isso: segue o exemplo da Bahia, que se recusou a virar Baía quando o Piauhy, topou ser Piauí.
Brasileiro nascido no Acre, pelas normas vigentes, é acriano. Acriano nascido no Acre é acreano mesmo.
Há muito os açoreanos aceitaram ser açorianos, mas a Academia Acreana de Letras bateu o pé e garantiu que a população será acreana com “e” até morrer, digam o que disserem os lexicógrafos.
Se você for fazer concurso público por lá, lembre-se disso na prova de português. Sempre cai essa pegadinha nas provas.
#3
3. O Acre foi por 3 vezes uma república independente. É o único estado que realmente pertence ao país, com escritura passada em cartório e tudo, porque foi comprado da Bolívia.
E não custou um cavalo, como diz a lenda, mas uma boa grana. Sem contar que quase foi arrendado por um consórcio de capitalistas ingleses e americanos.
Por pouco, o Acre não estaria de malas prontas para o Brexit. Por pouco, o Trump ia querer fazer um muro aqui também.
#4
Quem consultar o dicionário e procurar o significado de “acre” vai encontrar: ácido, afiado, agudo, áspero, avinagrado, azedo, cortante, mordaz, picante, queimante, sarcástico, ríspido, rude.
Aí que tá o detalhe! Acre é uma corruptela de “Aquiri”, que significa “rio dos jacarés” na língua dos apurinãs, que originalmente habitavam a região.
E os jacarés costumam ser ásperos ao toque, ríspidos no trato, tem dentes afiados e cortantes, algo rudes no convívio social, tem temperamento mordaz, lágrimas azedas e (repare bem) um sorriso sarcástico.
Os portugueses podiam ser ruins na fonética dos apurinãs, porém de psicologia de jacaré eles entendiam.
#5
Há 52 paulistas para cada acreano. E quando você precisa de um João Donato, vai buscar onde? No Acre.
E também foi de lá, da Amazônia, no sul da América, que veio a Glória Perez.
#6
Imagine se um garoto de Roraima ia encher o quarto de mensagens criptografadas e abduzir a si mesmo? Se um bacuri do Amapá ia ensinar como ser gênio com pouco sono e nada de sexo?
Se um curumim de Rondônia ia escrever um besticéler sobre a teoria da absorção do conhecimento, cheio de “não obstante”, “antemão”, “entrementes”, “outrossim”, “amiúde”?
Quem mais faria isso senão um… menino do Acre?
#7
Minas tem fama de ser chocadeira de presidentes (7 eclodiram lá – o Itamar não entra na conta porque nasceu em alto mar).
Mas ultimamente ninguém tem tentado mais que os acreanos. Enéas tentou em 89, 94 e 98. Marina, em 2010, 2014 e 2018. Perceberam do que o Acre teria nos livrado?
#8
Não me esqueci do Chico Mendes, não. Nem do José Vasconcelos. Nem do Jarbas Passarinho. Ou do Armando Nogueira. E do Adib Jatene. É que não sei como o Acre consegue ter menos de 0,5% da população e esse tanto de gente boa.
Deve ser por isso – por desafiar todas as probabilidades – que seu mapa parece que está rindo.