Kabwe é uma cidade da Zâmbia que fica no continente Africano. É o segundo maior município do país e possui uma população aproximada de 250 mil habitantes.
É considerada a cidade mais tóxica do mundo, segundo uma pesquisa do Blacksmith Institute – uma instituição que monitora a poluição nos países em desenvolvimento.
Em Kabwe se encontra a maior mina de chumbo da África que foi desativada em 1994. No entanto, a mineração e fundição não regulamentada do chumbo, por quase um século, contaminou todo o solo da cidade e o lençol freático com partículas de metais pesados.
Por conta disso, milhões de crianças são afetadas todo ano. A contaminação acontece através da inalação da poeira contaminada e também pela água, causando danos ao cérebro, a órgãos vitais e até mesmo a morte.
Um estudo realizado por uma ONG, em 2015, analisou o sangue de 246 crianças e mostrou que a situação é bastante preocupante. O limite de chumbo do nosso organismo é de 5 microgramas por decilitro de sangue, na maior parte dos casos, foram registados níveis superiores a 45 microgramas por decilitro.
Desde então, dezenas de OGNs se uniram em ações para diminuir a contaminação da cidade. Um financiamento solidário da Terre des Hommes, Alemanha e outras doações, estão sendo utilizados para limpeza das casas e para recuperaração do lençol freático.
O diretor do Blacksmith Institute, afirma que 20% das mortes ocorridas na cidade é devido a poluição de chumbo e os danos atingem diretamente as crianças. O chumbo é responsável por causar Transtornos do Déficit de Atenção (TDA), paralisia, mortes, deficiência auditiva e desenvolvimento mental; além de que em mulheres grávidas o metal pode atravessar a placenta e colocar em risco a vida do feto.
Infelizmente, a intoxicação por chumbo não diminui com o tempo, os financiamentos solidários são para evitar a contaminação de crianças futuras, as pessoas já contaminadas vão lidar com isso para o resto de suas vidas.
Este é o legado de uma época de “desenvolvimento” e de “riqueza”.