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Dibbuk: A história da caixa de madeira que aprisiona uma entidade
maio
15
2021
Curiosidades / Por: Camila Naxara ás 22:25

Você já assistiu o filme Possessão (2012)? Se sim, você deve ter ficado bem intrigado com a história da garota que compra uma pequena caixa de madeira numa venda de garagem, se apega ao objeto e começa a se comportar de maneira estranha, afetando todos a sua volta. Então, a história é real e neste post irei contá-la.

Senta que lá vem a história que inspirou o filme!

caixa de madeira

A caixa de madeira

Tudo começou em setembro de 2011, quando Kevin Mannis, restaurador de móveis antigos e dono de um antiquário, procurava por novos objetos para sua loja. Ao adquirir peças novas numa venda de garagem do Sr. Havela, Kevin arrematou um lote que continha objetos que despertaram sua curiosidade.

Entre estes objetos havia uma pequena caixa de vinhos que chamou muito sua atenção. No pagamento do lote, Kevin quis saber um pouco mais sobre a tal caixa.

A neta do Sr. Havela, que efetuou a venda contou a ele que a caixa pertencia a sua falecida avó e emendou dizendo: Faça um bom proveito da Caixa do Dibbuk!

Dibbuk

Intrigado, Kevin queria saber o que era um Dibbuk, ao passo que a neta da falecida contou que não sabia exatamente de que se tratava. Sua única lembrança era a de que sua avó guardara a caixa por toda a vida, sem deixar que ninguém a tocasse ou abrisse, pois dentro dela havia um Dibbuk aprisionado.

Inclusive, a avó queria que a caixa fosse enterrada com ela, quando esta morresse. Porém, de acordo com ritos judaicos apenas alguns objetos característico – como pedra, terra sobre os olhos, boca e genitais, e ramos de árvore dentro das mãos – podem ser enterrados com o falecido.

Depois de ouvir a história, Kevin se dispôs a devolver a caixa, por imaginar que havia um apelo sentimental da moça para com o objeto. Entretanto, ela não aceitou e disse que a partir desse momento quem deveria cuidar da caixa, era ele.

No fim das contas, ele acabou levando a caixa Dibbuk juntamente com os demais objetos para sua loja.


Coisas estranhas começam a acontecer

A vontade real do novo detentor da caixa era abri-la, mas Kevin se contentou em limpar a caixa apenas por fora, que estava bem suja e por fim, a expôs em sua loja.

Dias depois, Kevin viajou a trabalho e deixou sua funcionaria, Jane Howerton, encarregada de tomar conta da loja. Porém, coisas estranhas começaram a acontecer após o homem “ir embora”.

Jane ouvia barulho de vidro se quebrando e quando ia conferir, não encontrava nada. A caixa de madeira exalava um odor muito forte, ora de putrefação, ora de urina de gato. Objetos pesados que se encontravam próximos a caixa, caíam sem explicação. Além é claro de vários outros objetos que sumiam de onde estavam anteriormente e reapareciam em outro lugar.

Não demorou muito para que Jane ficasse totalmente amedrontada e ligasse para o patrão. No entanto, Kevin estava longe e a única coisa que ouviu foi a funcionária com a voz assustada o xingando. Jane ficou tão perturbada que demitiu-se e mudou de cidade.

Após os eventos, Kevin percebeu que sim, estavam acontecendo coisas estranhas desde que ele adquiriu a caixa.


“Presente de grego”

Há cerca de um mês com a caixa e com toda essa aura macabra que a caixa trouxe, Kevin teve uma brilhante (leia-se péssima) ideia. Ele decidiu que iria restaurar a caixa e dá-la como presente de aniversário para sua mãe.

Além da fechadura da caixa, parecia que ela havia sido selada. Quando Kevin conseguiu abri-la se deparou com os seguintes itens: duas moedas antigas, duas mechas de cabelo (uma loira e uma morena) presas com um barbante, uma pedra com a palavra “Shalom” escrita em Hebreu, uma taça de vinho dourada e um candelabro de ferro.

Caixa Dibbuk
Interior da réplica da Caixa Dibbuk.

Kevin optou por não mexer muito, restaurou a caixa de madeira e colocou todos os itens de volta, dentro dela. E no dia de aniversário de sua mãe, em meio a comemoração, ele a presenteou com a caixa.

Naquela mesma semana, sua mãe se queixou dizendo que seu corpo parecia estar se paralisando. Além disso, sentia que algo estava drenando toda sua energia.


Após poucos dias com a caixa, a mãe de Kevin sofreu um AVC e ao lado dela foi encontrado um bilhete com os dizeres: “presente não”.


Kevin achou tudo aquilo muito estranho pra ser apenas coincidência e começou a desconfiar da caixa. Logo, todas as vezes em que ia visitar a mãe, que perdeu a fala e os movimentos, Kevin apontava para a caixa, o que a deixava muito agitada. Por consequência, Kevin levou a caixa de volta para a loja.

Posteriormente, ele tentou vender a caixa, mas, a pessoa que comprou a abandonou no dia seguinte, em frente a sua loja. Em cima da caixa havia um bilhete dizendo que a caixa fedia muito.

Mais tarde, ele tentou passar a caixa para seu irmão, após explicar tudo que já havia acontecido. O irmão de Kevin a devolveu alguns dias depois, porque após adquiri-la ele começou a ter sonhos perturbadores com bruxas, além de que sua casa ficou empesteada pelo fedor que a caixa exalava.


Um novo lar para a caixa de madeira

Não havia mais o que ser feito, Kevin não conseguia livrar-se da caixa, então ele tomou a decisão de afasta-la e a levou para seu rancho.

Certo dia, Kevin fez uma pequena social no tal rancho e chamou cinco amigos. Naquela noite, todos eles tiveram o mesmo pesadelo. Foi uma verdadeira histeria. Todos enxergavam seus amigos virando bruxas e os atacando de forma violenta. Kevin e mais dois amigos, acordaram com marcas de arranhões e hematomas por todo o corpo.

Tudo o que havia acontecido com Kevin após a compra da caixa, culminou nesta noite. Então ele decidiu anunciar a caixa no eBay.


Livrando-se da Caixa Dibbuk

No anúncio, Kevin descreve com detalhes absolutamente tudo o que a caixa supostamente havia feito, desde o dia da compra até aquele momento. Inclusive, ele citou a palavra Dibbuk e contou que não fazia a menor ideia do que era.

Inesperadamente, muitas pessoas se interessaram pela caixa, coisa que ele nunca imaginou que fosse acontecer, uma vez que, ele estava contando que a caixa causava o mal.

Um estudante universitário de Kirksville, chamado Iosif Nietzke, mesmo sabendo do que se tratava um Dibbuk, quis comprar a caixa e pagou 140 dólares por ela.

Ele morava em uma república e num dia de festa contou aos presentes que dentro dela havia um demônio.

A fim de demonstrar sua coragem, Iosif abriu a caixa para impressionar as garotas.

Dibbuk

Foi uma sequência de eventos estranhos que mais uma vez começaram a acontecer. Além do forte odor que aquela pequena caixa de madeira começou a exalar, Iosif também passou a ter o mesmo sonho estranho que Kevin e seus amigos haviam tido.

Os insetos passaram a se comportar de forma estranha, objetos eletrônicos começaram a estragar e o rapaz desenvolveu um sério problema em um dos olhos, que médico nenhum conseguia explicar.

Iosif relatava tudo em seu Blog e, em dado momento, também leiloou o objeto no eBay.

O comprador seguinte foi Jason Haxton, diretor do Museu de Medicina Osteopática de Kirkisville. Ele ficou impressionado com as histórias sobre a caixa e a arrematou por 280 dólares.

A pretensão do diretor era analisar o artefato de perto e tentar descobrir o motivo dos acontecimentos estranhos. Entretanto, pouco tempo após a compra, ele passou a experienciar tudo o que Kevin e Iosif sofreram.

Jason temia por sua família e contatou o primeiro comprador da caixa, Kevin Mannis, para tentar entender o que de fato estava acontecendo.


A história do Dibbuk

Determinados, Jason e Kevin foram até a casa onde o artefato foi comprado pela primeira vez, em busca de suas origens e o que descobriram foi um tanto quanto perturbador.

A caixa pertencia a Família Hanade, de origem polonesa/judaica e a história da caixa começou exatamente no ano de 1938, na Polônia. Período em que o nazismo estava se expandindo e o terceiro Reich já perseguia e matava judeus.

Acontecia um verdadeiro massacre contra os judeus e um grupo de mulheres se revoltou, e em busca de ajuda elas se uniram para realizar um ritual. Para tanto, usaram de uma espécie de tabuleiro ouija e um pêndulo para se comunicar com os espíritos do além. A intenção era invocar um espírito de luz que pudesse os ajudar naquele momento tão difícil.

Infelizmente, deu tudo errado, elas acabaram soltando um espírito maligno e tentaram corrigir o erro de libertá-lo.

Um novo ritual foi feito com o objetivo de aprisionar aquela entidade em um objeto, entretanto a tentativa foi falha. Coincidência ou não, o ritual falho aconteceu no dia 10 de novembro de 1938, na noite que ficou conhecida como Noite dos Cristais – nome dado a uma série de atos violentos contra sinagogas, casas e lojas de famílias judaicas, na Alemanha e na Austria.

Em meio a todo esse caos, elas precisariam que Rabinos ou mais alguém as ajudasse a aprisionar o espírito. Contudo, este feito só foi conseguido posteriormente.

Após o fim da Segunda Guerra mundial, uma das participantes do primeiro ritual juntamente com rabinos tentaram, mais uma vez, o aprisionamento do espírito. Desta vez, obtiveram sucesso e o Dibbuk foi preso numa caixa de vinho.

Uma vez aprisionado, a caixa foi parar na Espanha e absolutamente ninguém sabe como é que ela foi parar lá. Na Espanha, a caixa foi comprada juntamente com uma caixa de costura pela Sr. Havela que, algum tempo depois mudou-se para os EUA.

Isso, quem conta, é uma prima da Sr. Havela, uma das participante do ritual de aprisionamento. Ela, a Sr. Havela, sabia que dentro da caixa havia um Dibbuk e que a caixa nunca deveria ser aberta. Além disso, seu desejo era o de que a caixa fosse enterrada junto a ela. Logo, a caixa acabou ficando com sua neta, aquela que efetuou a primeira venda a Kevin Mannis.


O Desfecho

Jason Haxton, com a saúde já bem debilitada, juntamente com Kevin Mannis resolveram ir mais a fundo na história da caixa, a fim de livrar-se de vez do Dibbuk.

Encontraram uma moça judia que os levou até Rabinos, que relataram que de fato, havia ocorrido esse ritual na Noite dos Cristais e Kevin então pediu uma solução, uma forma de poder selar o espírito dentro da caixa de madeira e sumir com a mesma.

Os dois foram aconselhados a realizar um enterro formal da caixa, com a presença de dez homens ou um grupo de oração. Todavia, o enterro não funcionou e a história macabra da caixa só teve seu fim em 2004, após um exorcismo.

Jason escreveu um livro, intitulado The Dibbuk Box, além de criar um site onde respondia a todas as perguntas a cerca da caixa. Ele também fez uma réplica da Caixa Dibbuk e dos objetos que continham nela, para que os curiosos pudessem ver como ela era.

A caixa então foi vendida a Zac Bagans, Diretor do programa Ghost Adventures, por cerca de 10 mil dólares e se encontra no The Haunted Museum, uma espécie de museu do terror.

Dibbuk

Inclusive, você para ver a Caixa Dibbuk, que se encontra dentro de uma redoma de vidro, você precisa assinar alguns papéis se responsabilizando por qualquer coisa que possa lhe acontecer depois. A propósito, dizem que Post Malone, rapper norte-americano, foi ‘amaldiçoado’ ao brincar com a caixa de madeira enquanto dava uma volta pelo museu, mas isso, já é história para outra postagem.


O que afinal é um Dibbuk?

Dibbuk ou Dybbuk que em iídiche quer dizer “espírito malicioso” pertence ao folclore judeu, e é um espírito que já foi um ser humano e em sua existência humana praticava todos os tipos de maldade com o próximo, um ser sem piedade alguma. Após a morte, esta entidade é condenada a vagar. Ele espera que alguém o invoque, para então possuir um novo corpo humano.

Teoria sobre o Dibbuk contido na caixa

Ao que parece, o Dibbuk contido na caixa de vinho, era o espírito de um homem do movimento eugenista e pureza racial, chamado Harry Hamilton.

A teoria é a de que o espírito deste homem foi acidentalmente invocado durante o primeiro ritual, o que teria ajudado em todo o movimento ariano durante a Segunda Guerra Mundial. Entretanto, esta parte da história é apenas especulação.

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