INSÔÔNIA.com
abr
24
2024
Curiosidades / Por: Coruja ás 2:10

O envelhecimento frequentemente se apresenta como uma fase intimidante para muitas mulheres, que infelizmente, devido a uma sociedade machista e etarista, sofrem com o declínio social e invisibilidade à medida que o tempo avança.

Esses sentimentos são muitas vezes exacerbados por pressões estéticas e pelo receio da solidão.

No entanto, diversos estudos mostram que a maneira como encaramos esse período da vida desempenha um papel fundamental na nossa saúde e bem-estar.

Uma visão negativa do envelhecimento está associada a um maior risco de eventos cardíacos e declínio cognitivo, ocorrendo mais cedo na vida. Por outro lado, adotar uma perspectiva mais tranquila durante o envelhecimento está correlacionado a uma maior felicidade, saúde e até mesmo uma vida mais longa.

Em um estudo recente envolvendo 14.000 mulheres com mais de 50 anos, aquelas com uma atitude positiva em relação ao envelhecimento apresentaram um risco 43% menor de mortalidade por qualquer causa nos próximos quatro anos.

No entanto, como podemos cultivar essa mentalidade positiva em um ambiente permeado por uma cultura machista e etarista?

Uma possível resposta, também comprovada cientificamente, está na busca por aventuras ao ar livre!

aventura ao ar livre

Sair de casa é fundamental biologicamente – e há muita ciência para comprovar isso. As árvores liberam substâncias químicas chamadas fitoncidas que são benéficas para o sistema imunológico, enquanto o canto dos pássaros acalma as ondas cerebrais.

Além disso, evidências indicam padrões complexos de paisagens, nuvens e ondas do mar – podem relaxar o cérebro.

Os cientistas também constataram que o desempenho em testes cognitivos e de memória melhora significativamente após passeios ao ar livre.

O consenso geral desses estudos é que 15 a 45 minutos em qualquer ambiente natural fazem diferença. Cinco horas por mês também são suficientes para promover a restauração emocional e física.

No entanto, quanto mais tempo passado ao ar livre, melhor – especialmente em espaços verdes remotos e selvagens.

A cultura insiste que os idosos são incapazes de aprender à medida que envelhecem. Isso é evidente quando ouvimos frases como “Estou velho demais para isso” ao enfrentar desafios ou experiências novas.

Entretanto, o cérebro possui o que os cientistas chamam de “plasticidade”, mesmo com o passar dos anos continuamos a desenvolver novas células cerebrais constantemente. E o contato com a natureza é um importante estímulo.

aventura ao ar livre

Aprender algo novo não é apenas possível, mas também vital para manter o cérebro saudável e ativo.


A aventura ao ar livre é importante para as mulheres de idade porque:

1. Desafia Estereótipos e Limitações

Aventurar-se ao ar livre oferece às mulheres uma oportunidade de desafiar estereótipos e expectativas associadas ao envelhecimento.

Ao participar de atividades como caminhadas, escaladas, ciclismo ou até mesmo esportes radicais, as mulheres demonstram que a idade não define seus limites.

Essas experiências promovem uma sensação de empoderamento, mostrando que é possível permanecer ativa e vibrante em qualquer idade.

2. Promove Saúde e Bem-Estar aventura ao ar livre

Como já sabemos, a prática de atividades ao ar livre traz benefícios significativos para a saúde física e mental das mulheres. A exposição ao ar fresco e à luz solar estimula a produção de vitamina D, essencial para a saúde óssea e imunológica.

Além disso, o exercício físico regular ajuda a manter a forma física, reduzir o risco de doenças cardíacas e fortalecer a saúde mental, combatendo o estresse e a ansiedade.

3. Cultiva Resiliência e Autoconfiança

Enfrentar desafios, como superar trilhas difíceis ou conquistar picos altos, fortalece a resiliência e a autoconfiança das mulheres.

A sensação de realização ao alcançar metas pessoais na natureza cria uma mentalidade positiva em relação ao envelhecimento.

Essas experiências ajudam a construir uma mentalidade de que a idade é apenas um número e que cada etapa da vida pode ser vivida com entusiasmo e determinação.

aventura ao ar livre

4. Fomenta Conexões Significativas

Aventurar-se ao ar livre muitas vezes envolve interações e conexões significativas com outras pessoas.

Participar de grupos de caminhada, clubes de ciclismo ou expedições na natureza permite que as mulheres construam novas amizades e fortaleçam os laços existentes.

Essas conexões sociais são essenciais para o bem-estar emocional e contribuem para um senso de pertencimento e comunidade.

aventura ao ar livre

5. Celebra a Beleza da Natureza

Por fim, a aventura ao ar livre oferece às mulheres a oportunidade de apreciar a beleza da natureza em todas as suas formas. Desde paisagens deslumbrantes até a vida selvagem exuberante, estar em contato com a natureza renova o espírito e proporciona uma perspectiva mais ampla sobre a vida.

Esses momentos de contemplação e admiração ajudam a cultivar uma visão positiva do mundo e inspiram um envelhecimento cheio de significado e gratidão.

Em suma, a aventura ao ar livre não é apenas uma atividade recreativa; é uma abordagem holística para envelhecer com vitalidade, resiliência e alegria.

Ao se aventurar na natureza, as mulheres encontram uma fonte infinita de inspiração e fortalecimento, desafiando as limitações impostas pela idade e abraçando cada momento da vida com entusiasmo renovado.

aventura ao ar livre

Fikdik!

 

Vejam também: 15 Filmes sobre mulheres que marcaram a história

abr
24
2024
Curiosidades / Por: Coruja ás 0:18

Nos últimos anos, o mundo tem testemunhado uma crescente adoção da tecnologia em várias indústrias, impulsionada por processos automatizados.

O robô industrial está sendo amplamente integrado em linhas produtivas globalmente para substituir tarefas antes realizadas por trabalhadores e contribuir para o aumento da produtividade e eficiência.

A demanda em constante crescimento por automação está levando os principais fabricantes de robôs a investirem em novas tecnologias para se destacarem em um mercado cada vez mais competitivo.

Amazon

Laboratório de Inovação de Operações da Amazon em Vercelli, Itália. Foto: Sam Todd/Amazon

A Amazon, uma das empresas mais conhecidas do mundo, emerge atualmente como uma das maiores fabricante de robôs, com mais de 750 mil unidades instaladas em seus armazéns desde o ano passado.

Além disso, a empresa está investindo centenas de milhões de libras no desenvolvimento e na construção de milhares de robôs humanóides.

Os robôs estão assumindo diversas tarefas anteriormente desempenhadas por humanos. Na Amazon, tarefas como embalagem, classificação e etiquetagem já são realizadas por robôs.

Amazon

A Amazon prometeu criar novos empregos para substituir funções assumidas por máquinas, mas ainda não está claro quando e como isso ocorrerá.

Esse movimento levanta questões sobre o futuro do emprego em vários setores.

Estaremos nos aproximando do início de uma nova era de automação que substituirá significativamente trabalhadores humanos em diversas áreas?

Os robôs na linha de produção oferecem benefícios significativos em termos de eficiência, precisão e segurança, mas também apresentam desafios relacionados a custos, complexidade técnica, impacto no emprego e dependência tecnológica.

A rápida expansão do uso de robôs pela Amazon é apenas um exemplo visível de uma tendência mais ampla que pode transformar radicalmente a natureza do trabalho nos próximos anos.

bem vindo ao futuro
bem vindo ao futuro
abr
23
2024
Curiosidades / Por: Coruja ás 12:46

Recentes pesquisas confirmam o que muitas mulheres já sabem: mulheres que se relacionam com mulheres têm têm mais orgasm0s do que mulheres que se relacionam com homens.

Segundo o estudo da Universidade Rutgers, em Nova Jersey, nos Estados Unidos, apenas 65% das mulheres em relacionamentos heterossexuais chegam ao clímax durante o sex0, em comparação com 78% das mulheres lésbicas.

O estudo revelou que mulheres lésbicas desfrutam de mais estimulação clit0riana, são mais realizadas sexualmente e buscam ativamente pelo orgasm0 dela e da parceira. Mulheres bissexuais também relataram experiências semelhantes ao se relacionarem com outras mulheres.

Grace Wetzel, uma das autoras do estudo e doutoranda em psicologia, ressalta que as mulheres que fazem sex0 com homens muitas vezes não recebem estimulação clit0riana suficiente para facilitar o orgasm0 e se preocupam mais e agradar e satisfazer o parceiro.

A psicóloga Laurie Mintz reforça que a diferença não se deve a mulheres heterossexuais serem mais “difíceis” de agradar, já que a mesma pesquisa mostrou que 92% das mulheres atingem o orgasm0 na masturbação.

A falta de estimulação clit0riana adequada pelo parceiro é apontada como a principal razão para essa discrepância nos orgasm0s durante o sex0.

mulheres lésbicas

Outra pesquisa conduzida em 2017 pelas Universidades de Chapman, Indiana e o Instituto Kinsey também apontou que mulheres heterossexuais têm menos orgasmos do que mulheres lésbicas e outros grupos.

De acordo com este estudo, há uma disparidade notável na frequência de orgasmos entre homens e mulheres, com homens heterossexuais liderando (95%), seguidos por homens gays (89%) e homens bissexuais (88%), enquanto mulheres lésbicas (86%), mulheres bissexuais (66%) e mulheres heterossexuais (55%) relataram menos orgasmos.

surpreendeu um total de 0 mulheres
surpreendeu um total de 0 mulheres
abr
23
2024
Curiosidades / Por: Camila Naxara ás 1:07

As flores são naturalmente lindas, com cores, formatos e cheiros que variam de espécie para espécie e chamam muito a nossa atenção.

Agora, imagina uma planta que brilha no escuro?

Plantas que brilham no escuro até então só eram encontradas em filmes de ficção, como o Avatar. No entanto, nos EUA já é uma realidade. São as famosas Petúnias Firefly!

Petúnias Firefly

A empresa norte-americana, Light Bio, através de modificações genéticas, adicionou bioluminescência às plantinhas batizadas de Petúnias Firefly.

Essa capacidade de brilhar no escuro está presente em todas as fases da planta, desde mudas pequenas até flores maduras.

Durante o dia, elas são indistinguíveis das petúnias normais, mas à noite, suas folhas e flores emitem um brilho verde suave que se intensifica nas bordas e nos brotos.

O efeito é extraordinário e acentua os padrões naturais da planta!

Petúnias Firefly

As Petúnias Firefly foram desenvolvidas por 26 cientistas que conseguiram incorporar o DNA de um tipo de cogumelo luminoso chamado Neonothopanus nambi.

Estes cogumelos emitem uma cor verde neon durante a noite, e esse mesmo efeito de bioluminescência foi transferido para as petúnias por meio de engenharia genética.

De acordo com o Serviço de Inspeção de Saúde Animal e Vegetal (APHIS) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), havia a preocupação das plantas modificadas apresentarem maior risco de pragas.

Entretanto, após várias analises constatou-se que tal perigo era inexistente e assim sendo, poderia ser cultivada e reproduzida com segurança.

Petúnias Firefly

As Petúnias Firefly começaram a ser comercializadas – apenas nos EUA – em fevereiro desse ano e já podem ser pré-encomendadas pelo valor de US$29.

Segundo os pesquisadores, elas podem ser cultivadas em vasos, cestos suspensos ou no jardim, sendo de fácil manutenção, pois prosperam sem exigir condições especiais.

A planta atinge cerca de 20 a 25 centímetros de altura, produzindo flores brancas em abundância.

Embora seja considerada uma planta anual, a petúnia também pode ser cultivada dentro de casa, desde que seja colocada em um local ensolarado. Ela floresce durante os longos dias de verão e necessita de pelo menos seis horas de luz solar direta para se desenvolver bem.

Alô leitor que reside nos EUA. Manda uma pra nós! 
Alô leitor que reside nos EUA. Manda uma pra nós! 
abr
18
2024
Curiosidades / Por: Camila Naxara ás 10:51

Todo mundo já tá sabendo que Dubai ficou debaixo d’água na última terça-feira, dia 16. Mas a questão é: como é que uma cidade construída no DESERTO pode sofrer com alagamento?

Alagamento em Dubai

Pois é, há muitos veículos de comunicação e pessoas em geral dizendo que isso é culpa do cloud seeding, aquele método de semeadura de nuvens que produz chuvas artificiais.

Mas, bora entender o que realmente aconteceu…

Cloud seeding

Em Dubai, obviamente o calor excessivo e a falta de chuvas são problemas comuns.

Para lidar com essa situação, a cidade adota técnicas de chuva artificial, como a semeadura de nuvens.

Alagamento em Dubai

Nesse método, substâncias químicas como o iodeto de prata ou o gelo seco são lançadas nas nuvens para induzir a formação de chuvas.

Isso ocorre porque essas substâncias químicas têm uma estrutura semelhante à dos cristais de gelo e quando introduzidas nas nuvens, atuam como núcleos de condensação, atraindo gotículas de água que se unem e se tornam mais pesadas, eventualmente resultando em chuva.

A semeadura pode ser realizada por aviões ou foguetes que dispersam essas substâncias no céu, ou por canhões que as lançam em direção às nuvens.

Alagamento em Dubai

Imagem: cerebralia.com

A prática de semear nuvens pode até parecer uma descoberta super recente, entretanto não é uma novidade.

A técnica já foi empregada em circunstâncias bastante peculiares, como durante os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, com o intuito de induzir chuvas antes das competições e prevenir que o clima interferisse nos eventos esportivos.

Hoje em dia, cerca de 50 países utilizam a técnica para lidar com situações de escassez de água.

No entanto, o Cloud seeding ainda gera muita controvérsia no meio científico devido aos possíveis impactos ambientais.

Estudos indicam que a semeadura de nuvens pode trazer benefícios, como melhorar a produção agrícola e elevar o padrão de vida de comunidades vulneráveis, além de evitar condições ambientais adversas.

Semeadura de nuvens de iodeto de prata de uma aeronave em voo em Dakota do Norte, EUA. Crédito da foto: Jim Brandenburg/Miden Pictures/Newscom

Mas, há preocupações com os potenciais danos ao meio ambiente.

Os produtos químicos utilizados, como o iodeto de prata, podem se misturar com a chuva resultante da semeadura, apresentando riscos para organismos vegetais e animais.

Por exemplo, o iodeto de prata pode acumular-se no meio ambiente, causando argiria em seres vivos, uma condição caracterizada pela coloração azulada da pele e dos olhos.

Quanto a chuva exessiva em Dubai, um meteorologista especializado, Ahmed Habib, afirmou que as chuvas foram possivelmente causadas pela semeadura de nuvens.

Então quer dizer que os caras construiram a cidade no meio do deserto, fizeram chover e alagaram a cidade? Calma, não é bem assim.

Alagamento em Dubai

O chefe do Centro Nacional de Meteorologia (NCM), um órgão governamental encarregado das operações de semeadura de nuvens nos Emirados Árabes Unidos, refutou as alegações de que realizou a técnica de modificação do clima antes das intensas tempestades em todo o país.

Além disso, o NCM atribuiu a imensidão de chuva à causas naturais mesmo, consequências da devastação do meio ambiente global.

Para se ter noção do quanto choveu absurdamente em Dubai basta saber que: choveu em apenas um dia o que era pra chover dois fucking anos inteiros!

Assista aos videos:

Agora imagina esse tanto de chuva caindo em uma cidade que não tem planejamento algum para receber uma escala de chuva tão grande…

A cidade simplesmente parou.

 

O aeroporto suspendeu as chegadas na noite de terça-feira, e os passageiros encontraram dificuldades para alcançar os terminais devido às enchentes que inundaram as estradas próximas.

O metrô da cidade também enfrentou paralisação, com algumas estações sendo inundadas.

Muitas escolas fecharam antes da tempestade, e os funcionários do governo optaram pelo trabalho remoto. Ademais, vários outros trabalhadores também permaneceram em casa.

Especialistas do clima afirmaram que o alagamento em Dubai foi um evento climático histórico. O pior já registrado na história da cidade.

Parece Niterói, mas é Dubai.

E como o mundo todo já sabe, daqui pra frente é só pra trás!

O excesso de água não foi devido a semeadura… é só o primeiro desastre natural em Dubai causado pelo aquecimento global. Este monstrinho que você ouve falar desde os tempos mais primórdios da escola e que o mundo capitalista não deu a mínima.

 

 

F0d3u
F0d3u
abr
17
2024
Curiosidades / Por: Camila Naxara ás 23:08

Cem quilômetros ao norte de Manaus, há uma “máquina do tempo” — a AmazonFACE — sendo construída para investigar o futuro da floresta amazônica.

Com o intuito de analisar os efeitos do aumento da concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, cientistas planejam transportar determinadas áreas da floresta amazônica para o futuro próximo de: 2060.

Não entendeu? Segue a leitura!

AmazonFACE

Foto: Unicamp

Trata-se de um experimento científico que será conduzido em várias regiões da floresta amazônica com a ideia de simular o clima esperado para o ano de 2060.

Ao longo dos próximos dez anos, essas regiões serão submetidas a um controle que artificialmente aumentará a concentração de CO2 no ambiente, replicando as condições projetadas para o futuro. É uma máquina do tempo nesse sentido.

A alteração dos níveis de CO2 em determinadas partes da floresta amazônica permitirá entender como as árvores e vegetações reagirão a tais mudanças ambientais.

Várias espécies de árvores viverão em um ambiente bem próximo do esperado para daqui 35 anos, com aproximadamente 50% de CO2 a mais do que se tem hoje em dia.

O objetivo é compreender como a floresta reage quando exposta a níveis elevados desse gás de efeito estufa, buscando entender como o ecossistema mais diversificado do mundo se comportará mediante altos níveis de CO2.

Vale ressaltar que uma a cada dez espécies de vegetação do planeta se encontra na floresta amazônica.

AmazonFACE

A pesquisa será conduzida pelo AmazonFACE, um programa de pesquisas científicas da Amazônia que é uma iniciativa pioneira no Brasil, resultado de uma colaboração entre o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o Met Office, o serviço nacional de meteorologia do Reino Unido.

Obs. O “FACE”, da sigla, significa free-air CO2 enrichment (em português, enriquecimento de CO2 ao ar livre).

Foto: Unicamp

O experimento tem um design simples: Serão seis anéis formados por 16 torres altas, distribuídas em um círculo denominado “anel”. AmazonFACE

O anel terá 30 metros de diâmetro e cada uma das 16 torres alcançará 35 metros de altura. Ademais, cada anel estará disposto em lugares diferentes da floresta.

AmazonFACE

Foto: Unicamp

No entanto, 3 desses anéis ventilarão CO2 dentro do círculo, com ar enriquecido com CO2. Enquanto os outros três funcionarão como grupo de controle e ventilarão ar comum, ar ambiente.

Talvez você esteja se perguntando o porquê da construção desses outros 3 anéis com ar comum já que poderia ser usado uma parte natural da floresta para comparação.

Então, é por que as torres interferem na rotina da floresta, gerando uma ventilação que não existe normalmente. Logo, os anéis são necessários para garantir que as diferenças observadas sejam causadas apenas pelo CO2.

Isso ajudará na comparação dos resultados, afinal, o grupo de controle deve ser exatamente igual em todas as variáveis.

Visita ao sítio experimental do AmazonFACE. Foto: Foto: Gustavo Breder e Raul Vasconcelos (ASCOM/MCTI)

As torres soltarão gás constantemente para manter uma concentração estável dentro dos anéis. Além disso, computadores calcularão o ritmo da liberação e apenas durante o período noturno o “ventinho” será desligado, visto que não há fotossíntese nesse período.

Por enquanto, dois “cercadinhos” já se encontram em pé, já os demais, ficarão prontos até o fim do ano. AmazonFACE

AmazonFACE

Foto: Gov.br

Seis guindastes gigantes, cada um com 45 metros de altura, estão sendo usados para montar essas torres e serão mantidos ao lado dos anéis durante os dez anos do experimento.

Eles serão usados para coletar informações, inclusive das árvores mais altas.

Experimentos FACE mundo a fora

Em diferentes florestas do mundo, já foram concluídos experimentos FACE. Entretanto, eles aconteceram em ambientes jovens, com praticamente uma espécie de árvore predominante. Estes são chamados de primeira geração.

Mas, há os de segunda gereção também, que ainda estão em adamento. Estes, são feitos em florestas já maduras.

O AmazonFACE, no Brasil, é o terceiro experimento desta segunda geração. O primeiro e segundo experimento estão ocorrendo na Inglaterra (BIFoR FACE) e na Autrália (EucFACE).

Foto: University of Birmingham

AmazonFACE

Foto: Western Sydney University

No entanto, o experimento no Brasil é pioneiro, visto que é a primeira vez que ocorre em uma floresta tropical de alta diversidade.

Na Austrália e na Inglaterra, por exemplo, este mesmo sistema está ocorrendo em ecossistemas relativamente simples em que as árvores predominantes são apenas carvalhos e eucaliptos.

A título de curiosidade, no Brasil, há mais de 300 espécies dentro do perímetro de CADA anel.

Vislumbrando o que está por vir

Os cientistas não têm certeza do que vai acontecer no experimento, mas têm uma ideia geral de como a Amazônia pode reagir ao CO2 extra.

Para entender melhor, é preciso relembrar conceitos básicos de biologia.

Como aprendemos na escola, “plantas não precisam comer”. Na real, elas fabricam sua própria comida usando a luz do sol, água e CO2 para produzir o açúcar (seu alimento). E, como subproduto, liberam seis moléculas de óxigênio para cada açucar sintetizado.

Logo, quando o AmazonFACE começar a funcionar, haverá mais CO2 concentrado no ambiente e com mais CO2, elas terão mais matéria-prima para fabricar seu alimento. Ou seja, a taxa de fotossíntese das plantas localizadas no perímetro do anel vai aumentar bruscamenta.

AmazonFACE

Foto: Instituto Arapyau

Entretanto, a pergunta é: para onde essas árvores vão mandar esse tanto de açúcar fabricado?

Caso elas mandem para os troncos, a parte mais duradoura da planta, os átomos de carbono ficarão lá por longos anos – por séculos caso não sejam queimadas, óbvio.

Mas, e se elas acabarem investindo em mais folhas?

Folhas são efêmeras, possuem um tempo de vida muito curto o que significa que o carbono ficará retido por pouquíssimo tempo. E carbono no ambiente é igual: a efeito estufa.

Foto: Luiz Rocha

Outra possibilidade é a de que todo esse alimento seja usado para a troca de nutrientes com fungos. A árvore manda o alimento extra para as raízes, estas fabricam doses extras dos chamados exsudatos (que fungos amam) e em troca recebem nutrientes destes fungos. Tipo um escambo mesmo.
AmazonFACE

Sanaúma, a rainha das árvores da floresta amazônica.

E talvez isso realmente aconteça, afinal, 60% do solo amazônico é pobre em fóforo, um nutriente muito importante que faz parte das membranas das células e moléculas de DNA, RNA e ATP (lembrem-se que este ATP é quem fornece energia para todos os processos de manutenção da vida).

Sem fóforo, não dá pra contruir nada. Mas, também nem sabemos se os fungos darão conta de liberar mais nutrientes para essa raízes.

Outra preocupação dos pesquisadores é a de que trepadeiras chamadas lianas, que se assemelham a grandes cipós, possam se desenvolver melhor que as árvores.

Isso seria problemático porque elas podem sufocar e matar outras plantas, além de serem menos confiáveis como armazenadoras de carbono.

Foto: UNEMAT

No entanto, estas são só possibilidades. Não tem como saber ao certo como as plantas reagirão, afinal, cada planta reage de forma diferente ao CO2. Fora a isso, pensa na dificuldade que vai ser acompanhar essa imensidão de espécies diferentes reagindo de formas distintas umas das outras.

BEU TEUS, que trabalhão!

Os pesquisadores usarão uma abordagem organizada para lidar com a diversidade de plantas nos diferentes anéis do experimento.

Eles agruparão as espécies com base em suas características semelhantes, como o tamanho do caule, a resistência à seca e a taxa de fotossíntese.

Foto: Gov.br

E, isso permitirá comparar os resultados entre os anéis de CO2 e os anéis de controle, mesmo que as plantas em cada anel sejam diferentes.
Essa estratégia ajuda a melhorar as previsões sobre o futuro da floresta.

Os Rios Voadores da floresta

Uma questão importante é entender o ciclo da água na floresta.

Foto: MídiaNinja

Se observarmos as folhas das plantas em um microscópio, veremos pequenas estruturas denominadas estômatos. Eles são uma espécie de escotilha que abrem-se para a entrada de CO2 e enquanto abertos, liberam vapor (a famosa transpiração das plantas).

O problema é que em um ambiente enriquecido com CO2 as folhas precisarão ficar com essas pequenas escotilhas abertas por muito menos tempo para captar a mesma quantia de CO2 que captariam em um ambiente normal.

E, com essas escotilhas abertas por menos tempo, haverá menos transpiração e é essa transpiração constante que promove as chuvas que se acumulam no céu da floresta.

~Não átoa, chove praticamente todas as tarde no amazônas~

Se diminui a transpiração das plantas, diminui a formação de chuva.

A questão é que o transporte de umidade da Amazônia para outras regiões do Brasil e da América Latina é muito importante para o clima do continente. Mudanças nisso poderiam afetar a agricultura e os ecossistemas próximos.

2060 AmazonFACE

Muitos estudos já confirmaram: A Amazônia de 2060 será diferente da atual em vários aspectos.

Por exemplo, o aumento de CO2 na atmosfera já está causando ondas de calor e secas mais severas e mesmo que paremos as emissões de carbono agora a temperatura média da Terra ainda subiria 1,6 °C até 2060.

Isso ocorre porque gases como o CO2, permitem que a luz solar passe e aqueça o solo da Terra.

No entanto, ele também age como uma espécie de cobertor, retendo parte do calor emitido pelo solo.

Esse calor retido não consegue escapar facilmente de volta para o espaço na forma de radiação infravermelha, o que contribui para o aumento da temperatura na superfície da Terra.

Imagem: APROBIO

O experimento não foi planejado para fornecer dados sobre como o aumento da temperatura afeta a floresta, mas isso será observado indiretamente devido às mudanças sazonais no clima.

Dessa forma, os pesquisadores poderão comparar não apenas como a floresta se comporta com o ambiente enriquecido com CO2, mas também, como ela se comporta em períodos de seca e calor em junção com o enriquecimento de dióxido de carbono.

O aumento do CO2 na Amazônia tem efeitos contraditórios

Por um lado, o aumento das secas e do calor, combinados com o desmatamento, estão levando parte da floresta a um ponto crítico chamado “ponto de virada”.

Nesse estágio, previsto por simulações de computador, uma reação em cadeia poderia causar uma degradação contínua do ecossistema, transformando a floresta em algo mais parecido com uma savana, com vegetação mais baixa e escassa (e sem a biodiversidade de uma savana).

Savana

No entanto, é possível que o aumento da fotossíntese, devido ao CO2 adicional, permita que as plantas prosperem e resistam ao processo, atrasando ou até mesmo evitando completamente o “ponto de virada” em algumas áreas.
A AmazonFACE desempenhará um papel fundamental ao estudar essas perspectivas e aprimorar os modelos computacionais que buscam prever o futuro da Amazônia diante das mudanças climáticas globais.

Foto: iadb.org

Preservar a saúde da floresta é crucial para proteger nosso planeta das consequências da atividade humana.

Cada árvore queimada libera carbono que antes estava armazenado na madeira, contribuindo para o aquecimento global.

Se toda a floresta pegasse fogo, o carbono liberado equivaleria a 140 anos de poluição. E embora a degradação não ocorra uniformemente e nem rapidamente, em 2021, a Amazônia emitiu mais carbono do que absorveu pela primeira vez na história registrada.

AmazonFACE

Parte da floresta amazônica queimando com o incêndio de 2019

Segundo os cientistas, o desastre já está em andamento e não pode mais ser revertido. Agora, é necessário focar em mitigar suas consequências, e experimentos como o AmazonFACE são essenciais para desenvolver estratégias eficazes nesse sentido.

O que será que nos aguarda em 2060?
O que será que nos aguarda em 2060?