INSÔÔNIA.com
ACONTECEU COMIGO #63
mar
02
2015

Leio as historias publicadas e resolvi contar a minha, o dia que eu mais passei vergonha na minha vida: hoje.

Como todo e bom desfavorecido na vida eu pego busão todo dia para ir trabalhar e ainda levo marmita numa sacola de supermercado (vai vendo o nível de desfavorecimento humano), ah, levo também uma bolsa pequena e outra sacola de papel, aquelas de marca de joalheria que roubei da minha mãe.

Acordei atrasada pra variar, peguei tudo correndo, sai de casa com as sacolas e cabelos ao vento, toda chique, correndo rua a fora porque estava atrasada, por sorte, tinha muita gente no ponto de ônibus e não precisei correr atrás da Mercedes gritando “motoristaaaa, para para para para” – Pois é, às vezes viro João Kleber da trans.

Bom, entrei no busão bufando, mas sentei como uma lady, cruzei minhas pernocas e fiz cara de paisagem. Porém, houve um porém… minutos depois a bendita sacola imortal poluidora de ambiente fez o favor de abrir, e assim minha singela marmita caiu toda no chão do busão, tinha comida para todos os lados, fiquei chocada e pensei tanta coisa que me deu vontade de saltar do ônibus, pensei até em pagar de louca…”Que marmita é essa?”

Eu não sabia o que fazer, fiquei sem almoço do dia e só me restou vergonha. Enquanto eu confabulava cmg mesma, a minha linguiça da marmita rolava no chão do ônibus, o máximo que consegui reagir foi pegar ela na ilusão de amenizar o problema, o motorista fazia curva e la ia a linguiça e eu atrás, até que consegui pegá-la. Nunca foi tão difícil pegar uma linguiça…

Em solidariedade, a coitada da trocadora decidiu ajudar e saiu catando as batatas para ninguém pisar. Uma tentando pegar a linguiça e outra as batatas. Ô vida sofrida!

NINGUÉM SAI, A MINHA LINGUIÇA. Quis gritar isso. Só pra constar.

Já não bastasse todo o sofrimento, chega no meu ponto, dou o sinal e quando passei no corredor da morte, escuto um BR gritar: “AÍ A MORENA QUE GOSTA DE LINGUIÇA”. – O ser humano não tem limites pra zoeira mesmo não. Só me restou descer do ônibus rindo de cabeça baixa. A sofrência hoje foi demais. Vou dormir.

beijooooos CORUJINHAS

– Jacqueline Trindade

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