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Salvadores da pátria?
maio
11
2011
Leitura da Noite / Por: Coruja ás 0:50

Opa, e aí corujas, como vão?

Quem assiste TV no fim de semana deve estar habituado a ver os festivais de reforma de casas despencadas, feitas pelos programas de TV das principais emissoras do Brasil.  A fórmula é sempre a mesma: o programa seleciona uma entre milhares de cartas que recebem. Se a história for comovente o suficiente, a família é chamada para participar. O apresentador vai até a casa da pessoa e explora ao máximo a pobreza do “feliz selecionado” – inclui-se aí focalizar o vaso sanitário velho e com aspecto marrom, que há anos vem recebendo humildemente o que o organismo humano não precisa mais. Aí, enquanto a família ganha anguns dias de férias em algum hotel luxuoso, sua casa vai abaixo e é reerguida, tudo filmado e exibido pelo programa. O dia de entrega da casa é sempre acompanhado de espetáculos, com guindastes, fanfarras e shows populares, tudo para comemorar a entrega da “casa nova”. Depois de analisar cada cômodo reformado e comparar com o que tinha antes, a pessoa presenteada chora, chora muito, pede que Deus pague o apresentador e etc. No final, uma frase bonitinha ou uma citação religiosa pra encerrar com chave de ouro.

Luciano Huck lançou a moda por aqui, com o “Lar Doce Lar”. E a fórmula deu tão certo que SBT e Record pegaram a onda e fizeram também, numa espécie de competição entre quem tem a história mais comovente e quem faz a casa mais bonita.

Muitas vezes, essas pessoas precisam de uma ajuda, um pontapé inicial pra eles conseguirem retomar a vida e, com todos os exageros, é isso que esses programas fazem. Mas eu fico meio assustado quando eu vejo que num país como o nosso Brasil, onde saúde, casa própria e outras coisas básicas não funcionam como deveriam e nossos políticos tiram dinheiro da merenda das crianças pra comprar boate, certas pessoas ou instituições assumem um papel de “salvadores da pátria”. Algo como os “defensores dos pobres e oprimidos”, que prometem “lutar pelos direitos dos mais pobres”, ou que querem ser “a voz dos que não tem voz” (você já ouviu eses discursos antes, não ouviu?).

Não sou engenheiro nem entendo por* nenhuma de construção, mas já que é pra ajudar os mais pobres, por que não fazer casas mais simples e atender mais pessoas? Comparando com a necessidade do Brasil e com a quantidade de cartas que eles recebem, o numero de pessoas que recebem a ajuda é quase zero. Mas isso não dá ibope. O espetáculo é necessário, pra garantir retorno de audiência e faturamento com propaganda. A lógica é a seguinte: eu escolho UMA pessoa pra ajudar, gasto MUITO dinheiro com essa UMA pessoa e mostro tudo na TV. Aí passo a impressão de que TODOS um dia poderão ter todo o luxo que essa UMA pessoa teve (“você também pode!”). Isso é mentira! Essa é a mesma lógica usada nos “testemunhos” das igrejas evangélicas e nas propagandas políticas.

Falei muito, já. Parei! É com vcs, agora! E desculpem o texto longo, tentei resumir ao máximo! O.o

Bai! @wesleytalaveira

construindo um sonho, lar doce lar, Record, Rede Globo, sbt, sonhar mais um sonho, Weslley Talaveira
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