INSÔÔNIA.com
Peripécias de um motel #18
out
14
2011

Oi corujada! Para algumas pessoas esse post é motivo de alegria. Para outras, motivo de agressão gratuita e descrença. Mais quer saber?

O que importa é que eu estou aqui mais uma semana. E ninguém muda isso! #CHUPA! Rsrs

Tenho novidades!

Conversando com alguns leitores pelo Facebook essa semana, eles me pediram para criar uma FanPage do Peripécias, como forma de mantermos mais o contato! =) Ps: tem sempre novidade por lá!

Fan Page #todoscurte

Meu Facebook #todosadd –

Meu twitter #todossegue –

Recado dado, bora para mais uma Peripécia? =)

Deixei três fatos para serem votados. Vocês escolheram e aqui está:

BEM FEITO BOBÃO!

Quando eu digo que meu emprego não tem rotina, não é exagero meu não!! Esse fato meus queridos, aconteceu em uma segunda – feira de manhã, o dia que todos odiamos! Rs

Cheguei ao motel com meu habitual mal – humor matutino afinal, acordar todos os dias 5h da manhã não deixa nem o Dalai Lama de bom humor! #fato

A recepcionista do período noturno me informou que na suíte 19 havia um rapaz e dois travestis (sempre avisamos umas as outras quando algum cliente pode dar trabalho. Nosso lema: Sempre Atentas! Rsrs)

Beleza. Ela foi embora, e eu fui assistir as tragédias do dia no jornal.

Tudo quieto, não havia muito pernoite na casa. Aquele sono absurdo corroendo o meu ser…

Por volta das 6:20 da manhã, toca o telefone. Se tem coisa que eu odeio mais que segunda – feira, é cliente me enchendo o saco logo pela manhã. Nem acordei ainda pô!

Atendi. Era do quarto dos travecos.

O rapaz que estava no apartamento queria que eu passasse o cartão dele, e voltasse um determinado valor para ele pagar as moçoilas.

Expliquei para ele que não era autorizado esse tipo de transação, e ele nem discutiu. De cara me pareceu ser uma pessoa de boa.

Para dar uma passada no tempo, liguei o sensor de presença e fui para a porta da cozinha conversar com as meninas que trabalham comigo.

Da porta da cozinha, temos visão do pátio inteiro. Enquanto conversávamos, um dos travestis colocou a cabeça pra fora e nos cumprimentou com um “Bom dia”. Cumprimentamos de volta e ela disse: “Aproveitar que ele está pagando, vou comer mesmo.” Então ela mostra pra gente um pacote de Batata e outro de Castanha de caju. Demos uma risadinha meio sem graça do tipo, ‘o que a gente tem a ver com isso’ e ela foi pra dentro do apartamento.

Depois de um papo furado com as camareiras, voltei para a recepção. Toca o telefone e novamente eram eles. O rapaz me avisou que eles haviam quebrado alguns copos dentro do apartamento. Disse que cada copo iria ser cobrado e ele concordou.

Logo em seguida, toca o telefone de novo. A minha vontade de joga – lo na parede só aumentava. Do outro lado era um dos travestis.

“Moça, chama a polícia pra mim.”

Disse que chamaria, mas antes queria saber o que estava acontecendo.

“Esse cara aqui veio com dois travestis pro motel, e disse que quer ser estuprado. Onde já viu.”

Minha nossa senhora da bicicletinha, daí – me equilíbrio! A intimidade do cliente não me diz respeito, principalmente nesses casos.

Fiquei pensando no que fazer. Se chamava a polícia mesmo, ou se esperava mais um pouco.

Mas nem deu tempo de pensar.

O telefone tocou de novo.

A moçoila pediu para que não chamasse a polícia, pois eles já estavam indo embora.

Ufa. Menos mal né?

Mas não!

Quando a esmola é demais, o santo desconfia.

Da recepção escutei uns berros vindo da suíte. Um dos travestis começou a bater no capô do carro e falava: “Vamos embora. Vai logo, vamos embora.”

Então eles param na recepção.

Anotei todos os consumos, aguardei a liberação do apartamento e passei o valor da conta: R$ 338,50.

O rapaz abriu a carteira e nada.

Procurou nos bolsos e nada.

Procurou no porta–malas e nada.

Procurou de baixo do banco e… NADA.

A moçoila que estava no banco de trás, já começou a ficar nervosinha: “Vai paga logo. Você não vai me fazer passar essa vergonha.”

O rapaz continuava procurando. E quanto mais ele procurava, mais o travesti ficava nervoso.

Então a moçoila saiu do carro e começou a falar pra mim, ou melhor, gritar pra mim: “Não sei pra que esconder esse cartão. O que eu vou querer com a merda de um cartão? Se eu fosse pegar eu ia pegar o celular dele que vale muito mais.”

O que eu ia falar em uma situação dessa? Nada!

E foi isso que eu fiz.Fiquei quietinha.

Alguns travestis são muito agressivos. #medo

Foi então que a moçoila resolveu ajudar a procurar esse cartão. Ela começou a procurar em todos os bolsos da calça do rapaz. E enquanto ela procurava, aproveitava pra dar uns tapas também.

Já comecei ficar assustada.O barato estava ficando louco. Rsrs

O rapaz estava sentado no banco do motorista do carro, com a porta aberta procurando o cartão. O travesti ficou tão nervoso que meteu a porta do carro no cliente. E começou a meter um monte de tabefe!

Tudo isso na minha frente. Não tínhamos nem 1 metro de distancia.

Eu estava sem reação e continuei sem fazer nada. Pelo jeito que as coisas estavam ia acabar sobrando pra mim.

Enquanto ajudava a procurar o cartão, o travesti pegou o celular do cliente e chamou a outra para ir embora. O cliente ficou desesperado e tentava a todo custo tira – lo da mão dela. Mas toda vez que o cara ia tentar pegar o celular, toma-lhe tabefe! E era cada tapa que Deus me livre!

Então a moça deu sua palavra final: “Eu vou embora, e vou levar o celular dele. Se ele não levar o meu dinheiro na minha casa em uma hora eu vou ligar para agenda dele inteira e contar que ele estava querendo ser estuprado por dois travestis. Anota o meu endereço aí.”

Vixiii, o negócio ficou feio pro rapazinho! Anotei o endereço.

Assim que eu anotei, ela pediu para que eu abrisse o portão. Mais que depressa abri. Queria que aquela confusão acabasse o quanto antes.

Enquanto os dois travestis iam embora, o rapaz foi correndo atrás para pegar o celular. Cada vez que ele tentava pegar o aparelho, era um soco que elas davam nele. Certa hora, uma delas estava bebendo uma lata de cerveja e jogou com tudo contra o rapaz, acertando bem no olho.

Elas iam andando, e o rapaz indo atrás. Ele tentava reagir, mas de nada adiantava. Eram duas contra um. E o rapaz era tão magrinho coitado, não tinha nenhuma chance.

Ps: Enquanto os três saiam do motel se engalfinhando, passava um senhor na avenida fazendo caminhada. Ele perguntou o que estava acontecendo, a gente explicou. Cada vez que o rapaz apanhava, ele caia na risada. #maldoso hahahahaha

Perdemos os três de vista. Mas o rapaz iria voltar afinal, o carro dele ainda estava estacionado a recepção.

Passado uns 10 minutos ele volta. Fiquei passada.

Ele estava todo machucado.

A gola da camiseta estava rasgada, cara toda arranhada, olho inchado. Resumindo: levou uma tremenda surra!

Bem sem graça ele entrou no motel e pediu para que eu chamasse a polícia, pois os travestis haviam o roubado. Chamei a viatura. Passado uns 15 minutos ela chegou.

Agora o cara ia ter que se explicar com a polícia. Contar o porquê de todo o vuco – vuco.

Fiquei só de longe observando ele super encabulado, contando sua versão dos fatos. Depois de falar com ele, um dos policiais perguntou a minha versão dos fatos. Resumi para ele em poucas palavras: “Ele pegou dois travestis, não tinha dinheiro para pagar. As moçoilas ficaram putas da vida, pegaram o celular e desceram o cacete nele. FIM”

O policial explicou pra ele que não tinha muita coisa a ser feita, que ele tinha que ir fazer B.O, que ele tinha que fazer exame de corpo de delito e mais algumas coisas.

Acho que o rapazinho imaginou o carão que ele ia passar na delegacia e deixou a idéia de lado. Mas e agora? Ele não tinha dinheiro para pagar. Nem sinal do cartão dele! Ele teve que deixar o carro no motel como forma de garantia, pegou um moto-taxi e foi embora.

Depois que ele foi embora, foi só risada. Toda aquela situação, toda aquela surra. Foi surreal.

E isso meus amigos, não eram nem 07h30min da manhã!

Estacionei o carro dele em uma das vagas disponíveis e lá ele ficou até terça- feira agora, quando ele arrumou o dinheiro, (ou criou coragem) para ir lá pagar!

Pensando seriamente, acho que vou pedir um adicional periculosidade viu? Senti um medinho básico de apanhar! Rs

 

É isso galera. Espero que tenham gostado.

 

O que vai ser pra semana que vem?

– A felicidade de um velho funcionário

– Pocket Histories

– A casa caiu!

 

Um beijo e um queijo,

Aline Leitte – @aline_leitte



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