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Origem dos Palavrões
jul
21
2008
Curiosidades / Por: Gislaine Lima ás 19:45

Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos.

É o povo fazendo sua língua. Como o latim vulgar, será esse português vulgar que vingará plenamente um dia. Origem dos Palavrões

Tome-se o “pra caralho” como exemplo. Qual expressão traduz melhor a ideia de muita quantidade (e, às vezes, qualidade) do que “pra caralho”? “Pra caralho” tende ao infinito, é quase uma expressão matemática.

A Via Láctea tem estrelas “pra caralho”, o Sol é quente “pra caralho”, O universo é antigo “pra caralho”, eu gosto de cerveja “pra caralho”, entende?

No gênero do “pra caralho”, mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso “nem fodendo!”

O “nem fodendo” é irretorquível e liquida o assunto. Origem dos Palavrões

Te libera, deixa com a consciência tranquila, para outras atividades de maior interesse na vida.

Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro para ir dar uma voltinha? Não perca tempo, nem paciência. Solte logo um definitivo: “Fulano Jr., presta atenção, filho querido, a resposta é “NEM FODENDO!”.

O aborrecente se manca na hora e vai pro quarto jogar video-game e não torra a paciência e você fecha os olhos e volta a curtir o último CD do Jay-Z.

Por sua vez, o “porra nenhuma!” atendeu tão agudamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional.

Como comentar a bravata daquele chefe babaca senão com um é PhD “porra nenhuma!”, ou ele redigiu aquele relatório sozinho “porra nenhuma!”.

O “porra nenhuma”, como podemos ver, nos dá sensações de incrível bem-estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa Mesma gênese os clássicos “aspone”, “chepone”, “repone” e, mais recentemente, o “prepone” – presidente de porra nenhuma.

Há outros palavrões, milhares deles, e se pensarmos bem, uma para cada tipo de situação, não importando qual seja igualmente clássicos. Pense na sonoridade sublime de um “puta-que-pariu!”, ou seu correlato lindíssimo “puta-que-o-pariu!”, falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba…

Loucura imaginar isso? Nem é! Origem dos Palavrões

Diante de uma notícia irritante qualquer “puta-que-o-pariu”! dito assim te coloca realmente outra vez no eixo.

Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude mais sensata para um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.

E o que dizer do nosso famoso, brasileiríssimo “vai tomar no cu!?” E sua maravilhosa e reforçadora derivação “vai tomar no olho do seu cu!” ou o mais detalhista “vá tomar no oco do seu cu!.

Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e dispara: “Chega! Vai tomar no olho do seu cu!”.

Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e sai à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, delicioso sorriso de vitória e renovado amor próprio nos lábios.

E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do dito português vulgar:“Fodeu!” (ou “fudeu”, mais vulgar). E sua derivação mais avassaladora ainda: “Fodeu de vez!”. Você consegue definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o limite máximo imaginável de terrível enrascada?

Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e autodefesa.

Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar. Confesse: o que você fala?“Fodeu de vez!”, é claro.

Sem contar que o nível de estresse de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de “foda-se!” que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do “foda-se!”? O “foda-se!” aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas, as idaias. Me liberta!

“Não quer sair comigo?” Então, “foda-se!”.

“Vai querer decidir essa merda sozinho mesmo?” Então, “foda-se!”.

O direito ao “foda-se!” (às vezes, acompanhado do jurássico com PH de pharmacia) deveria estar assegurado na Constituição Federal, quiçá na Declaração Universal dos Direitos do Homem.

“Liberdade, igualdade, fraternidade e um sonoro FODA-SE!”

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